As bicicletas vaga lumes, na madrugada,
andam silenciosas, entornando piscas no asfalto
e tudo está posto à prova na lua nova.
Ao pedalar o morro alto,
o ciclista vem ser a dor de vencedor
pois a dor que lhe incomoda
é uma prova silenciosa
se o desafio tem no fio o rumo da vitória.
E é distante onde pretende chegar, sem contar na volta.
Ao seguir com determinação asfalto afora,
olha as estrelas e a paisagem coberta.
A noite dorme aquietada na madrugada deserta
onde cantam os grilos e coaxam os sapos.
Os córregos e as árvores mórbidas recitam nos pastos
e o ciclista pedala num ritual que não acaba.
Seu movimento é a clara mágica forçada
pela vontade de ganhar o rumo decidido
no destino que lhe reservou a madrugada.