sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Canção do Exílio

                   














                   Para Vinícius Cabral, um menino de ouro

A minha saudade daquela paisagem
caminha ao lado da coragem
de vencer os percalços
na escalada para o alto
em trilhas de pedras
e espinhos de um único caminho
porque lá em cima,
perto das nuvens,
está o meu ninho de passarinho.

Meu leito acolchoado me espera
quente, suavizado e confortável
neste lugar de palmeiras
e sabiás inimagináveis,
onde amigos muito mais
que amáveis assopram
a gentileza amorosa numa flauta.

Mesmo distante, de vez em quando,
vem de lá a música instigante
e o sentido adormecido
acorda por um instante maravilhado
com tamanha beleza, suspira,
e glorifica a vida no que deseja.

Quer inundar-se daquela luz tão alta
e vestir-se dela para viajar
na claridade das esferas,
onde o vento encantado da flauta
faz rodopios em redemoinhos
e por vezes enche de esperança
o coração cansado de um peregrino.




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