Na vila de Marília existia uma
casa
em que a moça casadoira sonhava.
Punha-se à tardinha, ansiosa na
sacada,
a esperar um cavaleiro que
passava.
Era o tempo inteiro nos tecidos e
bordados
mesmo antes de um noivo
encomendado.
E aquele moço tão faceiro e assenhorado
logo, logo, se tornara o seu
amado.
Vinha toda tarde bem postado em
seu cavalo
e passava bem em frente ao
sobrado.
Ela suspirava e a noite
despencava
o travesseiro no desejo que
gozava.
Vinha o seu amado murmurando em
seu ouvido
e ela sentido tudo quanto era
arrepio.
E ele foi vivendo na lembrança do
desejo
enquanto ela imaginava aquele
cheiro.
E depois de anos, quando velha,
debruçada,
ainda sentia aquele homem que amara.
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