Eu sigo visitando um tanto de lugares
com o volumoso desejo
de construir liberdades em aberto.
De Aquiles procuro aqueles
com o tendão descoberto
e faço juras de amor incerto.
A minha linha não é reta
e me apresento aonde me conhecem
e onde sou, para quem dorme,
apenas o vento acariciando
as árvores estáticas
com o enorme invento
de um moinho com rodas fantásticas.
Reivindico os inocentes dispersos de futuro
para acomodá-los feito peixes
numa sala iluminada de bem maduro.
Em todo o esplendor flui a vida,
balançando-se na dança
de vitórias e perfídias,
mas, acima dos rompantes meus,
estou deitado nas mãos de Deus,
e lanço visões que sempre se instalam
insistentes desmanchando misérias humanas
quando espalho luz onde há sombras.
Luz com as mãos de algodão.
Mãos de seda sussurrando
o vício desfrado das bandeiras.
Quando já são idas todas as alegrias
e a indispensável esperança,
a minha mão, em precipícios erguida,
rege sempre estendida, à beira,
a palavra oculta e sinfônica.
Então, os miseráveis corações com fome,
embarcados numa carruagem insone,
seguem tangenciando-se à frente,
divisando o tão sonhado porto.
Assim como vos digo,
embarco com eles
em assombros e perigos,
tornando a extensão do Amor o meu conforto.
.