domingo, 24 de dezembro de 2017

Feitiço















Surgindo ao luar a máquina estelar
inexata e ampla produz diamantes
em qualquer lugar.
O palácio plácido azulado
abre-se tal qual vestido
e acaricia os brilhantes olhos
que avistam a multidão cá embaixo
carente de fé e afeto.
O vento soprado do Norte
polvilha a Terra e infla os corações
de uma esperança esquisita.
Depois deposita em cada mão uma flor cálida
e na viração da tarde os pássaros cantam
de um modo diferente e se aninham
no silêncio das almas.
Os pés, a esmo, despertam-se
na sinuosidade de um estrondo irreprimível
e se movem em trilha de uma reta
sem perder a vocação que delira.
A vontade relincha e acredita com vigor
que o porvir se aproxima a passos vagarosos
e realmente decididos.
Então todos, enfim, sentem no peito
a certeza que um Novo Ano se aproxima.