quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eu juro





















Pela febre do ouro, pela claridade da prata
e das pedras preciosas, eu juro que não estou cego
e que essa coisa chamada felicidade
deve ser maior do que qualquer império.
Deve estar além do sonho de qualquer riqueza.
Deve estar além do ouro faiscado no regato raso,
além do azul-marinho precioso que se esconde nos brejos,
dos diamantes encantados nos rios velhos,
de quem se vendeu pelo ouro e pelo sacrilégio.
Porque o ouro, meu amigo, realiza muitos sonhos.
O ouro traz prestígio e tapetes vermelhos.
O ouro traz o gozo dos bens como tesouro
e constrói o sucesso de um enredo.
Mas o ouro não preenche o vazio profundo
em que antídoto único é não ter e ser éter.
Ter acumulado o impalpável feito de brilho,
de fumaça e vento de estrela vésper.
Alimentar-se de comida e de puro sentimento
e colher a miragem que de longe chama
com a voz da sonoridade dos manjares
convidando-nos a conhecer alguns lugares.
Não é possível ignorar o metal e sua capacidade de sustento
mas é preciso examinar o tanto que isso se torna veneno.
O balão precisa subir e os pesos precisam ser eliminados.
É preciso menos de luxúria enganosa
e mais do pássaro leve que, em seu casebre,
canta feliz na manhã esplendorosa.


.

2 comentários:

  1. o vil metal e seus iguais, meu parceiro, eles ficam.

    só o que é leve eleva-se.

    beijo grande

    r.

    ResponderExcluir
  2. Isso mesmo, mano. Leveza é a alma do negócio. Quanto mais leve, melhor! Abração e grato pela visita!

    ResponderExcluir

Reverbere!