quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Poesia














Não fique triste, Nietzsche,
mas eu prefiro Jesus.
Não pela cruz,
mas pela luz infinitamente linda
que nunca finda.

Desculpe o meu delírio, Marx,
mas diante de tanta beleza,
foge-me as palavras
feito flor nas águas
de uma correnteza,
pois que a divindade
é de tamanha simplicidade
que é infinita fita envolvente
a costurar somente
os inocentes que se habilitam
a serem seres que não são
nos atributos seus,
juntos ao coração de Deus,
na sintonia de irmãos.

Perdoe-me, ciência material,
mas nunca existirá
cálculo integral capaz de avaliar
a grandeza Daquele que é
a própria Natureza e está presente
a todo instante no fundo e na beira,
mesmo que o postulante nela não creia
e argumente a fragilidade
como necessidade de vê-la.
Essa grandeza é a causa dos ventos,
do oceano imenso, da noite e da manhã,
do calor, da calma irmã, da chuva, 
das estrelas, das estações 
e de toda nobreza que brota nos corações.

Perdoe-me Marx, mas
a superestrutura não é a ideologia
na conclusão prematura
de que o mundo é uma elegia injusta.
Além das ideologias paira uma lógica invisível,
que mesmo sendo irreconhecível, em tudo atua.    
Da mesma forma, o super-homem
não é aquele que anda numa corda bamba
e goza do direito de ser homem.
O super-homem é o ser humano
sem cometer o engano
de recusar o seu próprio tamanho.
A vastidão insondável dos mistérios,
que seja puro encantamento
no vendaval dos intentos em defini-la.
Seja infinita trilha feita de fé,
indescritível e incalculável,
mas alcançável naquilo que é
pela intuição da verdadeira Poesia.









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