domingo, 25 de maio de 2014

Telhados


















A paisagem infinita dos telhados e cúpulas
guardam a alegria infinita da vida.
Os grafites dos muros guardam esfinges
e as bocas feridas de frio
saúdam a multidão imaginária.
Mas pode-se conquistar o céu
no vento suave de um janeiro qualquer.
Longe dos olhares intrometidos
e do teatro das marionetes
pode-se desejar todas as coisas lindas,
todas as imagens plantadas na memória
pela televisão e pelas novelas.
Do outro lado, pode-se beijar em público
sem as faíscas dos olhares.
Pode-se cometer indecências em beijos e risos.
Pode-se confiar que tudo dará certo além das palmeiras
povoadas por cachos de cabeças que olham para baixo.


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3 comentários:

Reverbere!