A brevidade se resume num giro
de um sopro num cisco.
As coisas giram seguindo a rotação
posto que é lei do sistema dançar sem sair do lugar.
E é uma dança lenta, sedutora,
que deixa cores, olhares, sorrisos,
sabores, lugares...
Depois tudo se adentra
no lugar sagrado a que chamamos memória e,
uma vez lá dentro,
fica guardado com o restante do universo
e não se congela,
não adormece em esquecimento.
Por tornar-se lembrança,
pode voltar à tona a qualquer momento
e assim, num flerte de prima-dona nos envolve
feito um golpe
numa viagem para dentro de nós.
Quando voltamos desta expedição,
somos mais velhos.
O espaço íntimo é infindo
porque a sua extensão é de infinito
e nos revela infinitos também.
Assim, um giro de um sopro num cisco,
um olhar, um sorriso
são tesouros do além,
mas não do além-futuro que degustaremos.
Essas coisas pertencem ao passado guardado,
história contada daquele primeiro dia
em que nos encontramos;
daquele primeiro olhar,
da primeira palavra dirigida e do sorriso.
Sejamos, pois, felizes!
.
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