terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Machadiano

















Aquela lembrança guardada no livro
tem cheiro de chiclete ping pong
que nunca some,
cheiro de iogurte amiúde,
cheiro de noz-moscada mastigada.
No lugar onde está guardada,
estão os cheiros insolúveis e
os narizes algures.
Aquele livro guardado
com lembranças do Machado
tem um amor dissimulado
e o mar do Rio de Janeiro
retirado de um espelho.
Lá está o olhar furtivo
de um passado redivivo.
É outro amor, mas é o mesmo amor.
É outro olhar, mas é o mesmo mar.

Mar de azul furtivo e inclemente,
desapiedado e inocente
na arte de enganar.



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