sábado, 7 de novembro de 2015

Vulto de Rosa
















Uma senhora sorri e me olha com olhos fixos
que dizem-me algo
da profundeza dos náufragos
onde a silenciosa alga vive
em forma de bandeira e trabalha
como quem não almeja
a glória fugaz de um espetáculo;
onde cintilam os astros
no fundo mais profundo do vasto pasto
em que não sou ninguém senão um vento,
um quantum de energia, um pensamento...
É sorrindo que ela me olha ternamente
e diz coisas tão lindas e silenciosas,
que o alcance precário das palavras
apenas contempla sua galáxia luminosa.
Pergunto qual é o seu nome
e ela, misteriosa, sorri
nesta expressão tão familiar!
É como se a alma abrisse o seu mar
e uma sinfonia de sereno chegasse num simples aceno
para eu entender coisas que nunca aprendi
dentro desse olhar carinhoso de flecha
com que ela me atravessa e me diz que está aqui.


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