quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Antiga Cantiga





















Ana, daquela vez que te encontrei numa folia italiana,
vestias um longo vestido e tocavas um alaúde.
Por isso, embevecido, olhar-te foi só o que pude.
Era a primeira vez em que eu te via
e a Idade Média em guerras ardia.
Desci do meu cavalo e saudei-te na rua
no cumprimento dos templários.
Depois, desapareci nas Cruzadas
levado pelo século em longas asas,
e fiquei todo este tempo sem te esquecer.

No movimento revoluto que gira a roda,
eu te encontro agora, Ana,
com o mesmo sorriso de antigamente
e esse brilho de sempre.
Agora, possuis outro nome e ao meu lado andas.
Estamos apaixonados neste esquecimento
e entrelaçados numa pretérita história
que ao presente não importa,
mas por ela posso ver que o Amor é reincidente,
unindo obstinadamente distâncias ausentes
das partes companheiras 
com a mesma atração que emoldura as estrelas.


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