sábado, 1 de junho de 2013
Pequena roda
Amor por dentro,
Saudade que chora.
Campo e tempo em carta:
As lojas do rio em flor.
O motor da pedra
Girando a folhagem nobre.
Morreu um menino n’água.
Foi banhar-se depois da escola,
Foi reinar na água barrenta.
Noites longas. Soluço de mãe.
O menino sumiu num chupão.
Ao terceiro dia ressurgiu dos peixes.
Subiu ao céu num roxo balão
E, de uniforme azul e branco,
Pousou-se anjo nas mãos de Deus.
Cá na terra, os olhos dele viraram abóbora
no cemitério Santa Rita.
Trança rama, trança flor
rodeando cerca e se espraiando.
Na feira, procuram os olhos do menino o paladar
De outros meninos - em flor.
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Flor de abóbora? E esse tão belo poema...
ResponderExcluirBeijos,
Grato, Taninha! Muito grato, querida, pela presença motivadora! Beijocas.
ResponderExcluirLas flores... los niños, la vida. La vida entera sin más, la única verdadera.
ResponderExcluirSim Índigo, meninos pobres têm uma vida de flor: breve. Eles se vão de várias formas: através do rio e, muitas vezes, de fome mesmo. Abraços.
ResponderExcluirAsí es Bispo: ver un niño pobre... como tú lo describes, triste, con una vida breve de flor breve pero flor, al fin.
ResponderExcluirSim, as flores breves e passageiras e, na brevidade, a beleza passageira de tudo o que é simples e bonito. Abraços.
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