sábado, 20 de abril de 2013

Esmeralda


















Ah! Agora sim, arranjaste uma Esmeralda.
Mas, cuidado! Ela está se tornando uma segunda-feira.
É preciso mais colorido, mesmo que seja de vidro.
É preciso mais segredo, mesmo que seja de fingimento.
É preciso mais predicado, mesmo que tudo esteja aparente.
Tua Esmeralda não será troféu, não será escrava,
não será vitrine, não será inigualável em virtudes
pois em tudo há rutilâncias e ruídos,
em tudo há a elaboração vulcânica das forjas
que alimentam as horas. Há, acima de tudo, o processo,
a bem-aventurança que nos concede a liberdade do erro.

Anda com tua Esmeralda, mas não te iludas.
Para tudo há tempo de existir.
Para tudo, o tempo maturo concederá a vez do luto.
Então, tua Esmeralda terá sido deveras verde
apesar das falhas e frestas, 
deveras valiosa, apesar das asperezas,
deveras Esmeralda, apesar dos amarelos.



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6 comentários:

  1. luz ilusão

    joia sensível
    exige polimento cuidadoso

    parabéns pelo aniversário mano


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  2. isso sim. Grato pelo comentário e pela lembrança, mano. Abração pra ti.

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  3. Lembrei mesmo foi das esmeraldas da minha infância. Lindas, brilhantes e falsas. Mas de uma falsidade exuberante. Anel de baleiro, saudades...:-)

    Beijos, Bispo. Muitos anos de vida plena.

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  4. "deveras Esmeralda, apesar dos amarelos."

    Muito bonito, Bispo...

    Abração, poeta.

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  5. Querida, grato pelo carinho. Que vamos de mãos dadas como dizia Drummond, naquele rumo dos encantamentos. Beijocas.

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  6. Ramúcio, querido. Bom receber sua visita aqui, poeta. E iva a força verde! Abraços, mano.

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Reverbere!