quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Incontinência
















O telhado do universo é transparente
para uma lei implacável
que desaba escandalosamente nas almas.
O seu ruído de pluma possui
sonoridades de bruma
porque ás vezes é um anoitecer vagaroso
que ao acumular-se adiposo transforma
seus vapores condensados
num rio caudaloso.

O sono das águas é formado
por tempestades e sereno
dos antigos templos
cuja larga sala abrigara
em outros tempos preces e falas.

Por isso o universo é incabível
e incorruptível mesmo quando indiferente.
Põe-se a tecer intrigas a todo instante ciente
e ao entrelaçar os ramos da vida
naquilo que em maior necessidade urge
desabrocha-se lentamente
como quando a rosa surge
e nos diz: - Eu sou aquele que se faz de ausente.


.


9 comentários:

  1. É lembrar que, silenciosamente, mãos invisíveis continuam a tecer! Que sutileza, Bispo! E que lindeza...
    Beijos

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  2. a rosa feita de ausências.
    a rosa, poesia e prosa.

    ela fica bonita na sua lapela, poeta.

    beijão,

    r.

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  3. Isso mesmo, Taninha: silêncio não é ausência. Beijocas.

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  4. Grato, Primeira Pessoa. Porque é poesia e prosa, a rosa fica bem em sua lapela também. Abraços.

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  5. Nossa, Bispo... Um poema por semana? Em que universo você vive, que tem lirismo suficiente para um poema por semana? Achei lindo o de hoje, e estou com inveja da sua alma.
    Beijo,

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  6. Nossa, Bispo... Um poema por semana? Em que universo você vive que tem lirismo suficiente para um poema por semana? Adorei o de hoje, e fiquei com inveja da sua alma ...

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  7. Bárbara Bem-te-vi, grato pela visita de beija-flor! Vamos caminhando com a esperança de que a inspiração na mesa seja farta! Beijocas.

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  8. ê mano Bispo, na melhor tradução de saudade, quem se perde nestas tempestades de sereno é a gente... e por mais que não tente, em seus versos, urge lentamente esta nova rosa, bela por ausente

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  9. Mano querido, muitas saudades suas também! E viva a Rosa! Abraços.

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