As bicicletas vaga lumes, na madrugada,
andam silenciosas, entornando piscas no asfalto
e tudo está posto à prova na lua nova.
Ao pedalar o morro alto,
o ciclista vem ser a dor de vencedor
pois a dor que lhe incomoda
é uma prova silenciosa
se o desafio tem no fio o rumo da vitória.
E é distante onde pretende chegar, sem contar na volta.
Ao seguir com determinação asfalto afora,
olha as estrelas e a paisagem coberta.
A noite dorme aquietada na madrugada deserta
onde cantam os grilos e coaxam os sapos.
Os córregos e as árvores mórbidas recitam nos pastos
e o ciclista pedala num ritual que não acaba.
Seu movimento é a clara mágica forçada
pela vontade de ganhar o rumo decidido
no destino que lhe reservou a madrugada.
no que vou lendo o poema forma-se uma imagem paralela, das bicicletas que nos povoaram desde sempre.
ResponderExcluirseu pai, meu pai, indo trabalhar montados nelas.
a sua bicicleta de guidão grande...
a monareta do wellington gagau...
a caloi que nunca amanheceu na minha árvore de natal.
as bicicletas circulam livremente em minha memória, como gaivotas.
beijão,
r.
Sim, nossas memórias plenas de bicicletas pulsam. E vamos nós, viajando por esta paisagem linda de viver. Que a estrada seja longa! Abraços.
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