Abri mão da última palavra,
pois tudo passa.
Rola abaixo dissolvendo fardos
de miséria e de fausto
e nas águas do tempo
perde potência de veneno.
As ofensas agudas
dissipam-se fantasmas
na evaporação da chuva
e a última palavra de revide,
aquela de tenacidade astuta,
agora é silêncio.
Silêncio de quem não se importa
e,em mudez de claustro,
recolhe-se solitário
em irrestrita liberdade,
adentra-se em sua mansão de ar
e dorme pesadamente,
ouvindo a tempestade rolar.
Abri mão de dizer verdades,
de freqüentar tribunas de defesa
ou de tramar fugas covardes.
Flutuando vão as ofensas,
cada qual com a sua crença
e tudo está passando
indiferentemente
feito vento que segue
diligente
a algum sítio à frente.
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