No fundo do coração humano,
onde dança
sedutoramente
toda sorte de
escambos,
existe uma
coleção de sapatos
que já foi
utilizada em espetáculos.
É onde se guarda
o fausto de toda gala.
Há peixes que vêm
e vão sem que
o coração saiba exatamente
quais permanecerão.
Há rancores alimentados num aquário.
Há pneus
desgastados dos lugares visitados
pelo eu em bailes
de mascarados.
Entretanto, não
há grandes precipícios.
O que se
encontra é um mágico enigmático
escondido na
rasura dos orifícios,
que sabe plantar
um coelho que servirá de esteio
a quem procure
abrigo.
O horizonte é um
campo branco de cálcio
onde se inscreve
a sorte dos delírios performáticos
e é do fundo do
coração e não da língua,
que vem a lâmina
gasta de selecionar palavras.
Toca o aboio grave
para a mais amarga,
considerada joio
de ameaças.
Deve ser tangida
e urgentemente rejeitada.
Quando chove elogios,
os pingos borrifam o deserto.
Vem então um
vendaval refrescante
e, no mesmo instante, inflado
de felicidade,
suspira realizado o ego.
.
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