Embora façam-te venenos e flechas,
marreta, garimpando fundo tuas promessas.
Caça no largo das imundícies
porque bem sabes, poeta, a forma de encontrar
o que é raro exige sangue, febre e
vertigens.
Exige dedos que formiguem
as pendengas não
resolvidas.
Exige acordes de órgãos
a sacudir com os
ventos os que dormem,
e um ar extraordinário que te seja
esquisito,
que ressoe, talvez, a voz de um anjo vadio
a revelar algum segredo proibido.
Escreve com as agulhas as mensagens tuas
e surgirão variadas visões
brotadas em touceiras de capim gordura.
Na densa fumaça, caminha sem receios
e com a certeza de que haverão barulhos
a incomodar-te os devaneios.
Assim, tua palavra ciciada será escassa.
Será uma cisma retirada da vasilha
e debulhada no caleidoscópio de tua
diáspora.
.
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