Para o poeta André Eugênio,
que bateu asas.
Valeu a pena os momentos difíceis.
Fiquemos felizes, pois prêmio das
batalhas
dissolveu as léguas da via Apia.
Permanece sozinha, agora, a crisálida
(a borboleta foi visitar a via Láctea).
Permanece fechada a cápsula
no silêncio de casa abandonada.
A antiga forma adquiriu asas
e foi, vestida de borboleta, consultar
estrelas.
Foi, colorida, recordar belezas que um
dia deixara.
Despertou-se alegre no Sol maduro de
seara
e não há mais importância no receptáculo
se adianta-se, nesse momento, um novo
espetáculo.
Na casa do verdadeiro coração,
a sua Poesia flui, agora, no rio eterno
e límpido.
O coral das águas relança-se em pingos
e aqui, em nossa terra árida,
namora a lavoura dos verbos.
Chegam de lá notícias a toda hora
em forma de canções e palavras
assopradas
que escrevem, com asas de borboletas,
o universo pleno onde a voz de uma
cigarra
verte palavras entusiasmadas no sereno.
.
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