Para Karla Nascimento
Ao final, a ramagem de cipreste
alisou-se fina
em cabelos e acalmou o agreste chão,
polvilhado em desmantelos.
Aquelas viagens longas, tornaram-se mais breves
valorizando, enfim, as lembranças mais leves.
Ao final, arrebentou-se solene aquela
semente
que
anteriormente era a mais resistente.
Serenou-se o espetáculo notável dos
ímpetos
e as astúcias, folgaram-se aliviadas nos
vínculos.
Ao final, sob o efeito nutriente de um
vendaval,
os passarinhos mais velhos e enfraquecidos,
resolveram visitar um deus marinho, e o sacrifício
encontrou no azul límpido o final de um
crucifixo.
Ao final, tornaram-se planas as ladeiras
agudas e
serena, a descrença insana recitou uma
sutra
porque em paz, os esplendores acordaram-se
do sono
mundano para o incandescente brilho e a pele gasta
no engano, valorizou as rugas na estrada
de cada ciclo.
Ao final, a nuvem fria transformou-se em
alegria,
o engenho do tempo dissolveu as esquinas e,
num antigo madrigal, as antipatias rederam-se
mínimas.
Ao final, cada objeto em repouso agradeceu
seu lugar de pouso e rendeu graças ao Vigia,
pois tudo se resolveu misteriosamente
como não se sabia e fossem
desnecessárias
aquelas preocupações insistentes do início do
dia.
.
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