O sino que pendia sobre a torre badalava
poemas de fome
O vento que varria morro acima chamava
por seu nome
Era hora de levar o estômago vazio de
quem não come
Era hora de esticar a mão na bacia da moeda
que some
Antes estava deitado, prostrado em seu
casebre
Estava deitado com o rato lhe corroendo
a verve
Olhava deitado a greta da manhã e rua
em febre
Antes, muito antes do sino bater
Muito antes do poema doer
Muito antes da rua ceder
Seu esôfago era uma volta que possui
miolo de rosa
Era uma doca para embarcações à ilha
morta
Era uma crucis de via torta
E um dia, quando tudo se acabou,
Já não zanzava a fome em arrepios
Apagou-se a existência invisível
Sumiu com a fome invencível
Simplesmente foi-se
como se nunca tivesse existido.
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Bonitando na filosofema.... senhor Bispo Filho! Abraços!
ResponderExcluirFrance Gripp
Grato, querida France Gripp! Seu elogio é por demais valioso e muito motivador pra mim visto que você é minha poeta preferida depois da Cecília Meireles! Desse jeito a minha única alternativa é continuar escrevendo poesias, uai! Grande abraço!
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