Com esforço até o pescoço, posso ver
a casa ampla onde morava a santa.
Por fora é pequena, mas, por dentro, multi-iluminada.
Que me valham as palavras,
pois palavras não valem uma palha
para o amor ardente de santa Tereza D’Ávila.
A realidade, dita concreta, é, no fundo, abstrata
e o símbolo é precário para descrever
o acesso ao que não se mostra finito.
Do universo definido, nada se compara ao absoluto,
ao não figurável, ao arqui-distante e não físico.
E é na voz dos mistérios que me ponho místico,
neste feixe de emanações para um Jardim Absoluto,
pergunto aos mistérios por algum furo.
Não por uma porta secreta e subterrânea,
mas, por uma abertura momentânea
que me permita a chave de um minuto.
O Tempo é claro e escuro.
Suas cortinas densas de realidade aparente
não revelam o ínfimo e o último.
Assim, a ilusão de que tudo é imediato
é o que chamamos de realidade.
A impressão de que tudo é matéria
é o que vemos pela janela.
E o fim das coisas é um fim solitário,
depositado num relicário enquanto memória.
Mas, o caminho das escórias traça o trajeto das esmeraldas.
O movimento do cometa e de sua calda
risca uma jornada no céu.
Assim, arde um fogo abrasador por trás dos véus.
Fogo amoroso e divino de um cenário lindo que há de ser
avistado.
Por isso, as palavras precárias tateiam o impossível.
São elas o instrumento reconhecível
de um tesouro não mostrado.
Por isso, as palavras precárias tateiam o impossível.
ResponderExcluiresta é a serventia do poema, poeta.
abraço maior do
r.
Sim, mano! Só nos resta poetar tentando-nos valer dos encantos para construir algum encantamento neste mundo, nem que seja em forma de poesia.
ResponderExcluirAbração.
Gostei muito. O mistico nos coloca em reflexão
ResponderExcluirBela poesia
Beijos
Grato, Bandys. Neste olhar sem juízo é às vezes onde mora o caminho. Grato pela visita. Beijocas.
ResponderExcluir