No casebre alto do morro,
à luz de lamparina,
a menina cantava.
Aquela melodia
a menina não sabia
o tempo atravessara.
Tinha vindo em rodopios
nos porões dos navios
que chegavam da África.
E era um enfeite
na quentura de um leite
que a mãe-seca amamentava.
No morro foi ficando,
de favela em favela,
no casebre da miséria
como herança da senzala.
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