Ouvindo a campânula da flor e do sino
de um coração de menino,
o cachorro vagueia.
Procura o menino perdido
em extensões continentes
que lhe chama insistentemente.
Depois de muito cansaço,
o cão perdigueiro,
que percorreu o mundo inteiro,
busca deitar-se no chumaço e,
olhando o céu por acaso,
absorve o capuz novo da lua
feito casco de tartaruga.
É ali que está o menino,
sentado numa ilha ignota.
Com a aparência lunar e
plantando cambalhotas
ele sorri para o cão e lhe diz:
_ Eu sou a resposta que tanto procuras.
Sou o teu reflexo de dono
para o tamanho do teu abandono,
mas livre é quem tem a alma de lua.
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