Um pombo pousou em meu ombro
em forma de sopro e não houve assombro.
Um pombo com jeito de sombra que vive
nos altiplanos rasgou o meu silêncio
e fez a colina clarear meus escombros.
A noite nova, de lua nova, relampejou
sua treva nervosa deixando à mostra
uma ferida insepulta em
formato de rosa.
Era a minha pergunta
que nunca tivera resposta.
Da vertigem, desci à origem
e a asa misteriosa - em nada secreta -
fez da enxurrada perplexa, magnética,
um vagido de virgem
abrindo caminho
para o horizonte azul-marinho.
E a manhã forçou seu pouso no escuro
para a palavra final que procuro
A poesia é isso: um esforço colaborativo
nas instalações elétricas para dar voz às pedras.
.
Todo bello, bellísimo pero el final, inmenso: una espléndida paloma poética.
ResponderExcluirGrato, querida. Estive fora por umas semanas e e estou voltando à ativa. É sempre bom conta cm o seu incentivo! Abraços.
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