Quem me ensinou foi
tu, uirapuru,
que a beleza tem muitas formas de ser.
Quando cantas na mata, os passarinhos
fazem silêncio para ouvir-te fazer
música, bela música que encanta
por onde vai e aonde alcança.
Na aparência tua és bem discreto
quando a tudo misturas secreto.
Deve a Natureza dizer-nos
que a simetria festejada,
que o pavão em cores avivadas,
para declarar totalmente o belo
não bastam.
Canta, uirapuru, pelos cantos do mundo,
pelo poço mais fundo
que os cordões dos padrões desatam.
Canta, ano após ano,
para que aprendamos o que se esconde
em mistério na vistoria do nosso olhar
quando te revelas assim soberano
em teu simplérrimo império
nos ensinando na alegria do teu cantar.
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