Eu me guardo
na casa da amada mansamente,
como quem se
guarda em si ausente,
deixando esquecida,
na curva, a picuinha mais escassa,
embrulhada em
papel presente na varanda da casa.
Cada lampejo
meu é um lugarejo de palavra
no qual compartilho
a emoção palmilhada.
Do meu amor florescem
sinfonias de pássaros
no canto que
dedico à legião dos desterrados.
Pois quem ainda
não encontrou o amor
é como se
fosse uma árvore vazia e oca,
sem a seiva
da vida e sem a alegria moça
que faz da vigília, objeto de todo esplendor.
Cada momento
agradável é biodegradável
e permanece
instalado num ar de setembro.
Ar de novidade e de surpresa inabalável,
acendendo a
felicidade num dia cinzento.
As
picuinhas, que deveriam ser obstáculo,
são, em
verdade, parte indissociável do espetáculo.
Cada um de
seus motivos, em sua pegada,
desenha nas
pedras a direção da jornada,
que tem
fogo, cheiro e flores de paraíso.
.
"Pois quem ainda não encontrou o amor
ResponderExcluiré como se fosse uma árvore vazia e oca"
Só por si valem um poema inteiro!
Bj
Lídia
Grato, Lídia Borges. Que bom que você gostou! O amor é mesmo um sentimento muito especial e sempre faltarão palavras para descrevê-lo. Beijocas e grato pela visita!
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